O dólar americano é considerado há muito tempo a moeda mais poderosa e comercializada do mundo. Isso ocorre, em grande parte, devido ao poder dos Estados Unidos e seu título como a maior economia mundial.
Como moeda de reserva mundial – ou seja, a que tem não somente os bancos centrais do mundo, como também as principais instituições financeiras para realizar transações internacionais – O dólar americano é um ícone da economia mundial.
Se você é investidor dos mercados financeiros, especialmente Forex, você deve conhecer os indicadores econômicos que afetam os valores das divisas. Neste artigo, coletamos alguns dos principais indicadores macroeconômicos que afetam direta e indiretamente o dólar e, portanto, suas operações de trading.
1. Produto Interno Bruto – PIB
O PIB, vulgo Produto Interno Bruto, é o indicador global mais aceito sobre a situação econômica de um país. É definido como o valor de todos os bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras de uma nação.
Após a Primeira Guerra, os Estados Unidos têm sido a maior economia mundial, e seu PIB representa, inclusive, a metade da produção econômica do mundo.
Qualquer mudança no PIB de uma nação também interfere nas taxas de juros. Um aumento no PIB tende a dar lugar a um aumento nas taxas de juros que, por sua vez, ajuda a impulsionar investimentos estrangeiros. Obviamente, isso tem um impacto positivo no mercado de divisas e, neste caso, uma retomada das taxas de juros em dólares.
Se o PIB cai, também ocorre o contrário. As taxas de juros também despencam, o investimento estrangeiro também e, finalmente, há uma queda na taxa de câmbio das divisas.
2. Folha de pagamento não agrícola
A folha de pagamento não agrícola é o indicador que representa a variação do número de pessoas empregadas em empresas não agrícolas no último mês. Publicado pela Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos, esse indicador se concentra nos números de empregos com dados compartilhados sobre novos postos de trabalhos adicionados, e os empregos existentes perdidos, mês a mês.
A totalidade das folhas de pagamento não agrícolas representam aproximadamente 80% do número total de trabalhadores que produzem o PIB dos Estados Unidos, considerado um dos principais indicadores econômicos daquele país, e o mais importante no relatório de emprego.
O aumento de postos de trabalho deste indicador é reflexo de uma economia sã, com taxas de juros favoráveis e um aumento do investimento estrangeiro. Como consequência, fortalece o USD no mercado mundial.
O relatório tem uma forte conexão com o PIB e o mercado de divisas, uma vez que o aumento de emprego é também um dos três objetivos monetários do Sistema de Reserva Federal. Assim, os dados da folha de pagamento não agrícola também influem na política monetária.
3. Bens duráveis
Bens duráveis são aqueles que são consumidos por um longo período, portanto sua vida útil é considerada longa. Por exemplo: imóveis, uma casa, um carro, um relógio, etc.
O indicador de bens duráveis representa o valor dos pedidos recebidos pelos fabricantes de bens duráveis nos Estados Unidos. O informe deste indicador considera “bens duráveis” aqueles cuja vida útil seja no mínimo de três anos em diante.
É importante levar em conta este indicador para o trading de divisas, porque o número de mercadorias acima do esperado neste tipo de bens reflete o fortalecimento da indústria daquele país, e um aumento do poder aquisitivo, ou seja, uma inflação controlada. Neste cenário, o dólar se fortalecerá nos mercados internacionais.
4. Venda de imóveis (existentes ou novos)
Tanto nos EUA, como em todos os países desenvolvidos, o setor imobiliário habitacional representa uma parte vital da sua economia. Este indicador reflete o volume de vendas de imóveis novos, e influi diretamente nas taxas de juros das hipotecas. É uma estatística publicada mensalmente no relatório imobiliário pela National Association of Realtors.
Quando o informe reflete dados positivos e a venda de imóveis novos aumentam, os investidores podem prever um aumento no consumo e, portanto, um fortalecimento da moeda local.
Além disso, este setor está diretamente relacionado a outros setores da economia norte-americana, como hipotecas e finanças, pois à medida que as vendas crescem, aumentam as hipotecas, fortalecendo o setor financeiro do país.
5. Consumo pessoal
Outro indicador importante que reflete o estado do desempenho econômico de um país é o consumo pessoal. Isso se reflete nos gastos dos consumidores nos EUA, e em todos os bens e serviços comprados dentro do país, excluindo alimentos e energia.
Este índice mede a variação do preço nestes bens de consumo em relação ao gasto. É, então, uma forma de medir tendências de compra e a inflação nos EUA.
6. Balança comercial
A balança comercial é a relação entre exportações e importações. Quando as exportações superam as importações, se diz que há superávit comercial. Quando ocorre o contrário e as importações excedem as exportações, ocorre o déficit comercial.
Este indicador está diretamente relacionado ao fortalecimento da moeda local de cada país.
Em um cenário de superávit comercial, o aumento da demanda por bens produzidos nos EUA no exterior exerce influência e, portanto, aumenta a demanda por dólares, fortalecendo-se em relação às demais divisas.
A Balança comercial é um dos indicadores mais relevantes para medir a solidez da economia de um país.
7. Índice de preços ao consumidor: IPC
Publicado mensalmente pela Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos, o Índice de Preços ao Consumidor, conhecido popularmente como IPC, mede os movimentos dos preços de um grupo pré-determinado de bens e serviços de consumo (a cesta básica).
Serve para comparar o IPC em diferentes períodos de tempo e determinar a rapidez com a qual flutuam os preços deste tipo de produto, além de poder se utilizar para realizar um seguimento das variações de preços e refletir as taxas de inflação. o Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos observa de perto o IPC para se assegurar de manter a estabilidade dos preços.
Um aumento de preços do IPC indica enfraquecimento do poder de compra do dólar, e vice-versa.
8. Produção Industrial – PI
O índice de Produção Industrial mede o nível de produção do setor industrial dos Estados Unidos, incluindo as indústrias manufatureira, mineração, energética e elétrica. Esses dados são compilados no relatório que apresenta a junta do Sistema Federal de Reserva dos EUA, o qual se apresenta todo dia 15 de cada mês.
Uma leitura favorável do indicador afeta a valorização do dólar; em contrapartida, uma leitura abaixo do esperado indica uma queda na demanda por dólar e nas suas taxas de juros.
9. Comércio de varejo
As vendas do varejo são o indicador econômico que representa o valor de todos os produtos vendidos em lojas, baseado em uma amostra representativa de lojas de varejo de diferentes portes e especialidades. O comércio varejista inclui os gastos de consumo pessoal, que é um dos principais contribuintes ao crescimento da economia nos Estados Unidos.
É um indicador importante para determinar o gasto dos consumidores e a confiança do consumidor a respeito à oferta desse tipo de produto.
Quando ocorre uma leitura maior que o esperado, pode ser visto como algo positivo para o dólar; já uma leitura menor do que o esperado, pode ser uma indicação negativa/baixa para o dólar.
Este dado é compilado pelo Departamento de Senso dos Estados Unidos e o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, por meio de um relatório que é publicado todo dia 15 de cada mês.
10. Conta Corrente
A conta corrente de uma nação influencia diretamente os indicadores econômicos, além de influenciar o desempenho do dólar.
O índice de conta corrente dos EUA mede as transações econômicas mensais entre contas dos Estados Unidos e de outros países. Isso inclui bens exportados e importados, serviços e pagamentos de juros.
Se a economia norte americana mostra um déficit comercial, isso significa que o país gastou mais em importações do que com vendas de exportações, e vice-versa.